terça-feira, 17 de março de 2009

O Mestre

Steiner ensinou-me uma coisa: não há ensino sem mestre. Não há aprendizagem sem o corpo. Não há ensino-aprendizagem sem dialéctica do domínio. Hodienarmente a figura do mestre desvanece-se. Ele é substituído pelo estrelato de figuras em si mesmas inexistentes. Paradoxalmente, este vazio clama pela referência, pela mão que nos guia, pelo poder da razão e pela razão do poder. Continuo a afirmar, apesar da pouca experiência de vida e de ensino, que a palavra, o olhar, o gesto, a atitude são os melhores recursos didácticos. Podem surgir TIC'S, Power Point, efeitos especiais numa sala de aula que em nada substitui um olhar. O problema actualmente está, creio eu, no pseudo-nivelamento. O mestre e o discípulo encontram-se face a face numa aparente planície. O problema está aí: quando nos deparamos com um horizonte vasto ficamos sem rumo, perdemo-nos na sobranceria da leviandade. É importante que haja montanha para alguém, bem lá no cimo, nos indicar o melhor percurso. É tudo uma questão de reconhecimento do poder do conhecimento. Eu tive o meu mestre, não o ultrapassei, como seria de esperar, porque...o perdi!

3 comentários:

Anónimo disse...

Arrepiei-me. Tal só acontece quando leio um texto cujas palavras me fascinam e têm o poder de me fazer voar. Obrigada pelo voo. A sua escrita é quase perfeita.

Bjs

PS: E eu, a pouco e pouco, vou perdendo o meu...

Anónimo disse...

Obrigado Sara pelo comentário. A Sara é muito generosa. Por isso tem facilidade em fazer feliz qualquer pessoa. Quanto ao PS, não concordo. Quando se voa, como a Sara sabe tão bem fazer, nunca de esquece. É como andar de bicicleta.

Anónimo disse...

Obrigada. Consegue ser mais generoso ainda.
Continue com o blog. Já está nos meus favoritos, como não podia deixar de ser!