terça-feira, 3 de março de 2009

Estava a leccionar Descartes. É sempre gratificante conviver com um filósofo. Penetramos nos seus pensamentos, as sinapses cognitivas desenrolam-se de uma forma aprazível, sentimo-nos rejuvenescidos, quase que atingimos uma espécie de clímax que nos faz transportar para latitudes intelectuais onde... só estamos nós e Descartes. Num ápice, dei-me conta de uma realidade imanente que, não só está aí, como nos acorda para a evidência. Uns visualizavam as recentes mensagens oriundas do éter, outros bocejavam mostrando em primeiro plano as suas armações da moda, sem esquecer aqueles, mais generosos, que transmitiam formas de pesar evidentes pelo espectáculo a que assistiam. Como sair desta?

2 comentários:

Anónimo disse...

Essa é uma boa questão... O senso comum torna o trabalho de um professor de Filosofia mais difícil. O amigo diz: "Filosofia? Que seca, não percebo nada! Não vais gostar, aquilo é para doidos!" E é então que, logo na primeira aula, o aluno pensa (ainda a ouvir a voz do colega) já saber o que o espera, e nem dá oportunidade a si mesmo de experimentar na totalidade algo novo. Inflexível, nunca chega a perceber que a Filosofia está presente em tudo. Até na moda!

Que mundo tão estandardizado. É pena, ser diferente não significa ser mau ou pior. Antes pelo contrário!

Parabéns pelo blog.

Sara Gonçalves

Anónimo disse...

Sara, obrigado pelo seu comentário.