segunda-feira, 4 de maio de 2009

A propósito da comemoração do dia da Europa, a becre vai organizar uma pequena exposição de alunos no âmbito da disciplina de Geografia. É óbvio e natural que as questões subjacentes a esta disciplina (população, instituições, países...) estarão presentes. Como é que a disciplina de filosofia poderá participar? Inicialmente recordei-me de um excelente ensaio de um Professor da Universidade do Minho, Acílio Estanqueiro Rocha, publicado num número da Revista Portuguesa de Filosofia do ano 2002, sobre a História da Ideia de Europa. Por ser um importante e rigoroso ensaio de pendor académico, a tarefa de o tornar acessível  aos nossos estudantes revestia-se de alguma dificuldade. Como simplificar o complexo? Essa talvez seja a nossa tarefa, mas neste caso não parecia ser possível. Até que me surgiu a ideia de um livrinho de Steiner (como gosto de Steiner) cujo título é A Ideia de Europa. Nele se desenvolvem os principais axiomas que, segundo o autor, contribuíram para a ideia de Europa. Talvez a Europa seja isso mesmo, uma ideia. Os cafés, o pedestrianismo, a escatologia, Jerusalém e Atenas, as ruas, são marcas indeléveis de uma Europa que se presta a um contínuo suicídio. Mas também são marcas que se vinculam a uma civilidade sem par e que a faz legítima herdeira das grandes civilizações. Aí está uma forma de simplificar a Europa: expressão de uma ideia que tem as raízes em cinco princípios básicos e cujos atributos se encontram na diversidade.

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