sábado, 2 de maio de 2009

O Corpo. Um caso.

Hamid Karzai é o actual Presidente do Afeganistão. É ele que dá o rosto por tudo o que vai acontecendo nesse país. A ele me dirijo para, assim que seja possível, estudar um pouco de fenomenologia do corpo. Daí retiram-se sérios e aprazíveis argumentos que contrariam  legislações, ou projectos de, que ferem a inteligência de um ocidental que, apesar de todos os defeitos que se lhe pode apontar, possui uma característica própria do ocidente: a crítica (obrigado Popper!) falsificacionista. Vem isto a propósito de uma lei (ou projecto de) oriunda dos responsáveis afegãos que determinam, entre outras raridades, a presença de legitimidade na violação infligida pelo homem à mulher, quando, e atentem a esta particularidade, estão em situação de matrimónio.
A violação, sendo transversal a todas as dimensões humanas, é, contudo, mais visível quando é aplicada ao corpo. Creio ser esta a dimensão visada pela legislação afegã. 
O corpo, essa carne onde tudo se torna possível, é uma matéria com uma substancial dimensão espiritual. Ele é a presença de linguagem e de simbolismos que, ao contrário do que a nossa matriz nos pretendeu dizer, fornece o verdadeiro significado à vida. Matar o corpo é morrer (afinal o corpo corresponde à nossa imortalidade). Matar o corpo de outrem é um acto de suicídio. Por isso, peço às mulheres afegãs que acelerem o suicídio daqueles falos petrificados. Como? Saiam do Afeganistão. Venham até Portugal, até à Europa ou até à Oceania; percorram o mundo com aqueles imortais olhos verdes. Deixem os tipos sozinhos até à capitulação.

1 comentário:

Sara Gonçalves disse...

Aqui está um homem que SABE falar!