domingo, 14 de junho de 2009

Política

Quando Deus disse que no princípio era o verbo deve ter-se esquecido do livre arbítrio humano, para quem no princípio era a verborreia. As eleições europeias trouxeram à superfície a negação da política como «o meio pelo qual os cidadãos se tornam simultaneamente conscientes da sua dependência mútua e do estabelecimento de relações recíprocas, não se orientando apenas para a competência mas para o diálogo e o entendimento» (Acílio Estanqueiro Rocha). O que se viu e ouviu foi uma política que não orientou os cidadãos para a competência nem para o diálogo. Searle diz que dizer é fazer, a linguagem é acção. Deste modo, aquilo que se disse não prognostica grande coisa no fazer. Seria importante tornar a ler Habermas e refundar a política na deliberação e na autenticidade.

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